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A mostrar mensagens de maio, 2022

ENTRE PAREDES, a exposição, 4º sábado

Regra geral os falantes de português referem os títulos das pinturas como uma parte importante do que está exposto. Neste último sábado, o 4º, uma rapariga que está a aprender português (não sei qual a língua materna dela, acabámos por comunicar em inglês durante grande parte da conversa) também referiu isso. Disse-me ainda que para cada uma das telas ali expostas se podia contar/escrever uma história/narrativa. Talvez com esse pensamento presente, ao escrever no caderno de depoimentos que fez questão de deixar em português (penso que usando um tradutor), registou: (…) "as caras das pessoas são expressivas e têm segredos que querem ser conhecidos"(…) . Pode muito bem acontecer em breve. Fiz um ou outro desenho irrelevante, e depois limitei-me a deslizar a ponta da bic cristal no papel criando sombras e avivando aqui e ali muito rapidamente. [aqui] [aqui] [e aqui] Não houve espectáculo e uma aragem fresca de sueste arrefeceu a tarde. "Etelvina com seis meses

Exposição "entre paredes" - Texto de abertura

A exposição «Entre paredes» reúne uma seleção de trabalho realizado entre 2020 e 2022, com exceção da pintura "sapatos amarelos" (2018). Pintado prematuramente, "sapatos amarelos" sugere uma narrativa de desconforto e expectativa que viria a ser vivida por muitos de nós nos últimos dois anos durante o confinamento social prolongado. Opressivamente as paredes cercam e parecem mesmo abater-se sobre a figura feminina sentada que, ligeiramente curvada, deixa transparecer uma expressão de desânimo, ainda que a sua apresentação cuidada, glamorosa, nos possa sugerir que está preparada para uma saída desejada. A esperança que nela pressentimos é a que não deixámos, nem queremos deixar, de sentir. Entre paredes é um espaço privilegiado para a intimidade, um espaço preenchido de afetos, vivido de emoções, angústias e, também, da manifestação das nossas agressões. Neste espaço, nestas paredes, estão algumas das muitas representações expressivas, ou narrativas de vida,

A paixão é, muitas vezes, o último trabalho

Os meus últimos trabalhos voltaram a construir-se no retrato. E há um que me prende de cada vez que o observo. Porque gosto do resultado e sei que o comecei e acabei quase sem levantar o pincel. Há trabalhos assim, que não nos levantam qualquer dúvida no decorrer e, muito importante, sabemos que estão completos quando se levanta o pincel. Também quando, passados dias e já superficialmente seco, não lhe pressentimos qualquer incómodo.   Perguntava-me a psicóloga na entrevista: - e daqui a cinco anos? o que se vê a fazer daqui a cinco anos? E eu, sem qualquer dúvida, a responder-lhe: - a pintar. Seguramente a pintar! É só isso que eu sou capaz de me pensar a fazer daqui a cinco anos. E cinco anos é tanto tempo que nem me atreveria a ver-me se não me pedisse que o fizesse. E cá estou eu.

ENTRE PAREDES, a exposição

ENTRE PAREDES, a exposição AQUI

Centro Cultural de Lagos, até 18 de Junho, exposição ENTRE PAREDES