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A paixão é, muitas vezes, o último trabalho

Os meus últimos trabalhos voltaram a construir-se no retrato. E há um que me prende de cada vez que o observo. Porque gosto do resultado e sei que o comecei e acabei quase sem levantar o pincel. Há trabalhos assim, que não nos levantam qualquer dúvida no decorrer e, muito importante, sabemos que estão completos quando se levanta o pincel. Também quando, passados dias e já superficialmente seco, não lhe pressentimos qualquer incómodo.
 
Perguntava-me a psicóloga na entrevista: - e daqui a cinco anos? o que se vê a fazer daqui a cinco anos? E eu, sem qualquer dúvida, a responder-lhe: - a pintar. Seguramente a pintar! É só isso que eu sou capaz de me pensar a fazer daqui a cinco anos. E cinco anos é tanto tempo que nem me atreveria a ver-me se não me pedisse que o fizesse. E cá estou eu.

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